06 fevereiro 2008

Livro: A Biologia da Crença


A Biologia da Crença - Bruce Lipton
"(...) a ciência me levou a um eufórico momento de descoberta bem parecido com a conversão espiritual descrita pelos místicos. Lembra-se da história bíblica de Saul, que foi derrubado de seu cavalo por um raio? Bem, não fui atingido por um raio dos céus caribenhos. Mas entrei na biblioteca correndo como um louco porque o processo da membrana foi 'baixado' (literalmente um download) em minha consciência durante aquela madrugada e me mostrou que somos todos seres imortais, espirituais e que existimos independentemente de nossos corpos. Foi como se ouvisse uma voz dentro de mim dizendo que eu vivia de acordo com preceitos equivocados de que os genes controlam a biologia e que a vida termina quando o corpo morre. Tinha passado anos estudando os mecanismos de controle molecular dentro do corpo físico e naquele momento percebi que os 'interruptores' que controlam a vida são ligados e desligados por sinais do ambiente... do universo."
(...)

"Os transplantes de células e de órgãos oferecem um modelo não apenas da imortalidade como também da reencarnação. Considere a possibilidade de que no futuro um embrião venha a apresentar as mesmas características e receptores de identidade que possuo hoje. Será, então, um embrião de 'mim mesmo'. Minha identidade estará de volta, porém em um corpo diferente. Discriminações raciais e de sexos passam a ser algo ridículo e até mesmo imoral quando percebemos que nossos receptores podem ser reproduzidos no futuro tanto em um corpo branco como em um negro, asiático, masculino ou feminino. Como o ambiente representa 'tudo o que existe' (Deus) e nossas antenas receptoras captam apenas parte do sinal universal, cada um de nós representa uma pequena parte dele... uma pequena parte de Deus."
(...)

"Você e eu somos 'residentes da Terra' e recebemos informações de uma grande central de controle técnico-espiritual. As experiências que adquirimos durante a vida são enviadas a essa central, nosso espírito. Portanto, a maneira como você vive influencia diretamente as características de seu 'eu'. Essa interação corresponde ao conceito de carma. Quando compreendemos isto passamos a prestar mais atenção à maneira que vivemos neste planeta, pois as conseqüências de nossos atos se prolongam além da existência de nosso corpo. Tudo o que fazemos tem conseqüências que podem nos afetar hoje ou mesmo uma versão futura de nosso ser. O conhecimento sobre as células somente confirma o que os grandes sábios espirituais vêm nos ensinando há séculos. Cada um de nós é um espírito encarnado na matéria."
(...)

Os teóricos que defendem a tese de que os genes comandam nosso destino parecem ignorar as experiências sobre as células anucleadas realizadas há mais de 100 anos. Mas não podem ignorar as novas pesquisas, que também mostram que eles estão enganados. Enquanto o projeto Genoma Humano figurava em todas as manchetes, um grupo de cientistas iniciava um novo e revolucionário campo da biologia chamado Epigenética. A ciência da Epigenética, que significa literalmente "controle sobre a genética", modificou completamente os conceitos científicos sobre a vida (Pray, 2004; Silverman, 2004). Na última década as pesquisas epigenéticas estabeleceram que os padrões de DNA passados por meio dos genes não são definitivos, isto é, os genes não comandam nosso destino! Influências ambientais como nutrição, estresse e emoções podem influenciar os genes ainda que não causem modificações em sua estrutura. Os epigeneticistas já descobriram que essas modificações podem ser passadas para as gerações futuras da mesma maneira que o padrão de DNA é passado pela dupla espiral (Reik e Walter, 2001; Surani, 2001).
Não há dúvida de que as descobertas epigenéticas deixaram para trás as descobertas genéticas. Desde a década de 40, os biólogos vêm isolando o DNA do núcleo das células para estudar os mecanismos genéticos. Nesse processo de abrir a membrana do núcleo retirado e remover os cromossomos, compostos metade de DNA e metade de proteínas reguladoras, em sua ânsia de estudar o DNA, jogavam fora as proteínas. Na verdade estavam jogando fora o bebê junto com a placenta. Hoje este bebê está sendo resgatado com o estudo das proteínas dos cromossomos, que desempenham um papel tão crucial na hereditariedade quanto o DNA.

O DNA forma o centro do cromossomo e as proteínas formam um revestimento ao seu redor. Enquanto os genes estão cobertos, porém, sua informação não pode ser "lida". Imagine que seu braço é o DNA responsável pela característica de olhos azuis e que ele é recoberto por uma camada de proteínas reguladoras que o protegem como a manga de uma camisa, impedindo que suas informações sejam acessadas.
(...)

A história do controle epigenético é a história de como os sinais ambientais controlam a atividade dos genes. Agora fica claro que o quadro de primazia do DNA tem falhas. O esquema revisado do fluxo de informações hoje pode ser chamado de "primazia do ambiente". Este novo e mais sofisticado fluxo de informações da biologia começa com um sinal do ambiente que age sobre as proteínas reguladoras, depois sobre o DNA, o ARN e finalmente sobre o resultado final, a proteína.
A ciência da Epigenética também deixa claro que há dois mecanismos pelos quais os organismos transmitem suas informações hereditárias. Ambos permitem aos cientistas estudar tanto as contribuições da natureza (genes) quanto as do aprendizado (mecanismos epigenéticos) sobre o comportamento humano. Se focarmos nossa atenção apenas nos padrões, como os cientistas vêm fazendo há décadas, jamais iremos entender a influência do ambiente (Dennis, 2003; Chakravarti e Little, 2003).
Vamos usar uma analogia para tornar mais clara essa relação entre a epigenética e os mecanismos genéticos. Você se lembra da época em que a programação da televisão acabava à meia-noite? Quando os canais saíam do ar, um "padrão de teste" era exibido na tela. A imagem era semelhante à de um alvo de dardos, como na figura seguinte.
Imagine que o padrão da tela é o padrão codificado por um determinado gene, como o de olhos castanhos, por exemplo. Os botões e os controles da TV permitem que você modifique a aparência horizontal e vertical da tela, ligue ou desligue o aparelho e altere características como cor, tonalidade, contraste e brilho. Ao fazer essas modificações você pode alterar a aparência da tela, mas não modificar o padrão original da imagem. Este é o papel das proteínas reguladoras. Estudos de síntese de proteínas revelam que os "controles" epigenéticos podem criar mais de duas mil variações de proteínas a partir de um mesmo padrão genético (Bray, 2003; Schmuker, et al. 2000).

Nesta analogia epigenética, o padrão de teste na tela representa o padrão da estrutura da proteína codificado por um gene. Os controles da TV permitem que se altere a aparência do padrão (B e C), mas não o padrão original da transmissão (no caso, do gene). O controle da epigenética modifica a leitura do gene sem modificar o código de DNA.
(...)

A VOZ INTERIOR

Enquanto esperava o avião, lembrei que teria cinco horas de viagem pela frente e nem sequer uma revista para ler. Como faltavam apenas alguns minutos para o embarque, corri até a livraria do aeroporto. Então, em meio ao desespero de ter que escolher um livro, correndo o risco de perder o avião, um exemplar de "O código cósmico: física quântica como linguagem da natureza", do físico Heinz R. Pagels (Pagels, 1982), pulou em minhas mãos. Li rapidamente a contracapa e vi que se tratava de um livro de física quântica para leigos. Claro, o condicionamento e a fobia da época de colégio me fizeram colocá-lo imediatamente de volta à estante.
Peguei um clássico da literatura e fui direto ao caixa. Mas, enquanto o rapaz passava o livro pelo leitor ótico, vi outro exemplar do "O código cósmico" na prateleira atrás dele. Então, enquanto abria a carteira e olhava o relógio para ver quantos minutos ainda tinha, consegui superar minha velha aversão à física quântica e pedi a ele para pegar o exemplar ali atrás também.
Já no avião, recuperando-me da dose extra de adrenalina da corrida até a livraria, peguei uma revista de palavras cruzadas, resolvi algumas e só depois abri o livro de Pagels. Não consegui mais parar de ler. Mesmo tendo de voltar algumas páginas de vez em quando para reler várias vezes e entender a teoria, passei o vôo todo - as três horas de espera pela conexão em Miami e as cinco horas do segundo vôo - até minha ilha paradisíaca mergulhado no material!
Antes de embarcar em Chicago, não fazia a menor idéia do que era Física Quântica e nem de sua importância para a Biologia. Quando o avião chegou ao Caribe, eu estava em estado de choque intelectual. Finalmente entendia a relação entre as duas áreas da ciência e percebia o grande erro dos biólogos ao subestimar as leis da física. Seguindo ultrapassados modelos newtonianos, deixamos de ampliar nossos horizontes e não percebemos que a física quântica é a base de todas as ciências. Presos ao mundo físico de Newton ignoramos o mundo quântico e invisível de Einstein, no qual a matéria é constituída de energia e não há limite absoluto. Em nível atômico, nem se pode afirmar com certeza que a matéria existe; há apenas uma tendência de que isso possa acontecer. Todos os meus conceitos e certezas sobre a Biologia e a Física tinham ido por terra!
Hoje, quando penso em tudo isso, não entendo como eu e todos os biólogos nunca paramos para pensar que a física newtoniana, tão elegante e segura para nosso raciocínio hiper-racional, não explica sequer os mecanismos do corpo humano em detalhes, quanto mais os do universo! A ciência avança a cada dia, mas ainda conhece muito pouco sobre os organismos. Apesar de todas as descobertas, a mecânica dos sinais químicos, incluindo os hormônios, as citocinas (hormônios que controlam o sistema imune), os fatores de crescimento e supressores de tumores, ainda não explica os fenômenos paranormais. Curas espontâneas, fenômenos psíquicos, demonstrações de força e resistência além do normal, habilidade de caminhar sobre carvão em brasa sem se queimar, agulhas de acupuntura que diminuem a dor manipulando a energia chi do corpo e muitos outros fenômenos desafiam a biologia newtoniana.
Claro, eu mesmo jamais pensei em tudo isso enquanto estudava e lecionava nas faculdades. Meus colegas e eu ensinávamos os alunos a ignorar métodos como acupuntura, quiropraxia, massagem terapêutica, orações etc. Na verdade fazíamos até pior. Chamávamos esses profissionais de charlatões porque estávamos cegamente vinculados à física newtoniana, mas estas modalidades de cura baseiam-se na crença de que os campos de energia influenciam e controlam nossa fisiologia e nossa saúde.

A ILUSÃO DA MATÉRIA

Somente quando comecei a aceitar os princípios da física quântica percebi que, ao ignorar tão altivamente esses conceitos que envolvem a questão da energia, nós biólogos agimos exatamente como um diretor do Departamento de Física da Universidade de Harvard que Gary Zukav menciona em seu livro A dança dos mestres Wu Li: uma visão geral da nova física. Ele disse a seus alunos em 1893 que não havia mais necessidade de existir doutores em física (Zukav, 1979). Segundo ele, a ciência já havia estabelecido que o universo é uma "máquina de matéria" constituída de átomos físicos individuais que obedecem às leis da mecânica newtoniana. Agora só cabia aos físicos refinar seus métodos de medição.
Mas, três anos depois, o conceito de que o átomo era a menor partícula no universo caiu por terra com a descoberta de que ele é constituído de elementos ainda menores, os chamados partículas subatômicas. Com essa outra descoberta ainda mais contundente: a de que os átomos emitem "energias estranhas", como raios X e radioatividade. Na virada do século 20, uma nova geração de físicos se propôs a mostrar a relação entre energia e estrutura da matéria. Dez anos mais tarde, deixaram de lado os conceitos newtonianos do universo material porque perceberam que o universo não é composto de matéria suspensa no espaço vazio, e sim de energia.
A física quântica descobriu que os átomos físicos são constituídos de vórtices de energia que giram e vibram constantemente. Cada átomo é um centro que gira e irradia energia. E cada um deles tem uma assinatura (movimento) e constituição (moléculas) próprios. Por isso emitem coletivamente padrões de energia que podem ser identificados. Todo material no universo, incluindo você e eu, irradiamos uma assinatura energética única.
Se fosse possível observar a composição de um átomo por meio de um microscópio, o que veríamos? Imagine um vórtice de energia girando e se movendo na areia do deserto. Agora remova a areia. O que sobra é apenas um tornado invisível. Um átomo nada mais é que um conjunto desses vórtices microscópicos. Se observado de longe, parece uma esfera embaçada. À medida que aproximamos o foco, a imagem se torna cada vez mais indefinida até desaparecer totalmente. Na prática, o átomo é invisível. Quando se observa sua estrutura, o que se vê é apenas vácuo. Não há matéria física. Surpreso?
Lembra-se daqueles modelos de átomos que estudávamos na escola, com bolinhas de gude e rolimãs representando o sistema solar? Vamos compará-los com a estrutura "física" do átomo descoberta pela física quântica. Não, não se trata de um erro de impressão. Os átomos são feitos de energia invisível e não de matéria palpável!
Em nosso mundo, a substância (matéria) surge do nada. Parece estranho, não? Afinal, você está segurando um livro bem sólido nas mãos. Mas se colocá-lo sobre a lente de um microscópio atômico verá que não está segurando coisa alguma. Se pensarmos bem, os alunos de biologia não estão errados ao achar que o universo quântico é estranho.

Vejamos como funciona esta questão de "existe, não existe" da física quântica. A matéria pode ser definida tanto como um conjunto de partículas sólidas quanto como um campo (onda) de força não-material. Quando os cientistas estudam as propriedades físicas dos átomos, como massa e peso, referem-se a eles como matéria física. No entanto, quando os mesmos átomos são descritos em termos de potencial de voltagem e extensões de onda são chamados de propriedades da energia (ondas) (Hackermüller, et al. 2003; Chapman, et al. 1995; Pool, 1995). O fato de que energia e matéria são a mesma coisa é o que Einstein concluiu ao dizer que E=mc2. Ou seja: Energia (E) = matéria (m, massa) multiplicada pela velocidade da luz (c) ao quadrado. Einstein revelou que não vivemos em um universo de objetos físicos separados por espaço vazio. O universo é um ser completo, dinâmico e indivisível no qual energia e matéria são tão intimamente ligadas que não se pode considerá-las elementos independentes.

NÃO SÃO EFEITOS COLATERAIS... SÃO EFEITOS!

A descoberta de que mecanismos tão diferentes controlam a estrutura e o comportamento da matéria poderia ajudar a biomedicina a conhecer melhor a saúde e as doenças. No entanto, médicos, biólogos e alunos continuam a ser treinados a ver o corpo simplesmente como uma máquina física que opera dentro dos princípios newtonianos. Na ânsia de descobrir os mecanismos que "controlam" o corpo, os pesquisadores focaram sua atenção em uma série de sinais físicos classificados em famílias químicas, incluindo alguns hormônios como a citocina, os fatores de crescimento, os elementos que podem eliminar tumores, transmitir mensagens ao corpo e íons. Como, porém, ainda seguem a linha newtoniana, acabaram ignorando a importância da energia quando se trata de saúde e das doenças.
Além disso, a maioria dos biólogos é reducionista, ou seja, acredita que os mecanismos de nosso corpo físico podem ser melhor compreendidos extraindo células e estudando seus elementos químicos. Acreditam que as reações biológicas responsáveis pela vida são geradas como a linha de produção de Henry Ford: um elemento químico causa uma reação, que por sua vez causa outra em outro elemento, e assim por diante. (...)
O modelo reducionista sugere que, se há um problema no sistema, como uma doença ou disfunção, a fonte do problema pode ser atribuída ao mau funcionamento de um dos pontos da linha de montagem química. "Repor" então a peça defeituosa por meio de medicamentos, por exemplo, teoricamente faz com que a saúde do paciente se recupere. Esse conceito estimula a pesquisa da indústria farmacêutica em busca de drogas mágicas e genes perfeitos.
No entanto, a perspectiva quântica revela que o universo é uma integração de campos de energia integrados e interdependentes. Os cientistas biomédicos acabam ficando confusos, pois não conseguem entender a complexidade da intercomunicação entre as partes físicas e os campos de energia que compõem a matéria. A percepção reducionista de fluxo linear de informações é uma característica do universo newtoniano.
Mas o fluxo de informações do universo quântico é holístico. A estrutura das células está envolta em uma complexa rede de comunicação simultânea e abrangente. Uma função biológica pode surgir de um pequeno problema de comunicação em qualquer ponto da rede de informações. Equilibrar ou ajustar a química desse complicado sistema interativo exige compreensão de seu funcionamento, e não uma simples tentativa de ajuste por intermédio de medicamentos. Mudar a concentração de C, por exemplo, não irá influenciar apenas D. Dentro da rede holística, uma variação na concentração de C pode influenciar profundamente o comportamento e as funções de A, B, E e também D.
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2 comentários:

Gibajardim disse...

me fez ficar com vontade de ler o livro, vou procurá-lo

thiagoxico disse...

INCRÍVEL